sábado, 2 de junho de 2012

A modernidade altera a relação entre pais, filhos e sogros?


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Novas relações da família


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Vamos trocar figurinhas em relação a essa nova (ou não) relação, ou melhor, essas novas relações que, na modernidade está alterando as novas relações da família.

Até a bem pouco tempo, era natural ou normal a existência da tradicional família composta do pai, mãe, filhos e os demais componentes que iam agregando-se a família, ou seja, o namorado e por consequência o sogra e sogra, no mesmo barco.
Hoje em dia estamos vivenciando um novo momento, nessa relação, que por si só era em muitos casos bastante conturbada e/ou tumultuada... e olha que estamos falando, da dita família tradicional. O que mudou então? E o que vamos discutir.

Como pai e sogro, dentro dessa nova dinâmica da vida moderna, sinto-me a vontade para falar sobre o assunto. Penso que acima de tudo os pais modernos (eu me considero moderno, apesar dos cabelos brancos), são mais informados, atualizados e conscientes que a vida mudou, o mundo mudou, o ser humano mudou!
Primeiro eu fui genro, depois pai e agora sogrão...nesse percurso a vida tem me ensinado muitas coisas. Como pai sempre tive uma relação muito boa com minha filha, sempre tentando acompanhar a tal “dinâmica da vida moderna”, sabe como é – o namorado da filha que dormia na minha casa, bebia minha cerveja e ainda...bom deixa prá lá, vocês entenderam...

Minha filha cresceu, namorou, noivou, engravidou e não quis casar, pois teria que ir morar com a sogra (sabe como é sogra), até que sua futura casa ficasse pronta, e eu dei e estou dando total apoio a ela – e disse mais: filha você não é obrigado nem a casar porque ficou grávida, e todos os novos componentes dessa nova relação familiar moderna, são bem vindos em minha casa. Nesse momento estou saindo para comprar a cama de casal, o berço, e um novo armário...

Fala ai, eu sou ou não sou um SOGRÃO moderno? 
...e você o que pensa dessas novas relações na família?







Com tanta diversidade de genero, como vai o casamento hoje?

Imagem de DEBORA CARVALHO SOARES





            Antigamente, o casamento era arranjado pelos pais da noiva (em algumas culturas ainda é); acordos feitos entre famílias decidiam o destino de duas pessoas que, muitas vezes nem conheciam seus prometidos.  Era até que a morte os separasse, existindo amor ou não. O necessário era o respeito e a submissão da mulher. Além do seu dote. Atualmente, o que vemos, na maioria das vezes são pessoas que se apaixonam perdidamente e, em menos de um ano estão juntas. Os mais bem “dotados” financeiramente fazem um festão para celebrar um relacionamento que, muitas vezes, dura menos de um ano. Ué, não era “até que a morte os separe”?
              Nesses casos, ninguém ficou viúvo, mas houve morte: morte da paixão, da admiração, do respeito, da paciência, e por aí vai... O fato é que casamentos duradouros são raridades hoje em dia. E por isso mesmo, por uma desilusão geral, o povo anda preferindo “juntar”. “A gente começa a morar junto e vê no que dá...” Como se fosse um ensaio, um teste. Deu certo, oficializa. Não deu, cada um vai para o seu lado, sem ter gasto dinheiro de Buffet, ou de advogado para divorciar.
             O fato é que a vida mudou muito... O tempo é curto, os desejos são muitos, os valores são outros... E, enquanto muitos heterossexuais rejeitam a ideia, os homossexuais lutam e conquistam cada vez mais o seu direito de oficializar a sua união. Polêmica à parte, fica a reflexão sobre a importância e as questões políticas, sociais, morais e religiosas que envolvem o significado do casamento para os casais gays.
“Do ponto de vista estritamente jurídico, o casamento civil é um contrato entre duas pessoas que deve ser firmado com base no princípio da autonomia da vontade. Se as partes são maiores e capazes, e há um efetivo consenso entre elas, o Direito deveria simplesmente respeitar suas vontades, sem impor qualquer tipo de limitação. Assim, não haveria qualquer óbice ao casamento de pessoas do mesmo sexo.
O casamento civil brasileiro, porém, desde sua criação, vem sendo reiteradamente confundido com o sacramento católico do matrimônio que lhe deu origem. Com a proclamação da República e o advento do Estado laico, uma das consequências imediatas foi a criação do casamento civil, pelo decreto 181/1890. Na prática, porém, o casamento civil emulava o matrimônio religioso e mantinha suas principais características: patriarcal, indissolúvel, monogâmico e heterossexual.”
                                                                           
 Túlio Vianna – revista Fórum

O fato é que, heteros ou gays, velhos ou novos, com filhos ou sem, casamento não é para qualquer um. É mais do que uma escolha de vida, romantismo ou compromisso. É um exercício diário de dedicação, paciência, generosidade e respeito...  É uma parceria, onde os objetivos devem ser comuns. Enfim, "O casamento é como uma longa viagem em um pequeno barco a remo: se um passageiro começar a balançar o barco, o outro terá que estabilizá-lo; caso contrário, os dois afundarão juntos." (Dr. David Reuben)





HUMOR


Alma feminina /alma masculina : quais os mistérios? o que diferencia?

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A essência masculina e feminina está em todos

      
              Desde sempre, a mulher e o homem ocupam papéis bem diferentes na sociedade. A mulher, marcada pela figura da mãe, é acolhedora, sensível, receptiva. Já o homem tem a imagem de força, astuto, seguro, racional. Diferenças que se estendem pelos séculos, passando por revoluções e grandes mudanças na sociedade. Hoje, a mulher já pode exercer o papel do homem; no entanto, sua essência feminina não se modificou, ainda é o lado mais sensível de um ser humano. A mesma coisa acontece com o homem, que mesmo em uma sociedade moderna, em que o sexo masculino está cada vez mais interessado nos cuidados com a aparência e se responsabilizando pelas tarefas domésticas, ainda tem seu masculino "à flor da pele", pois continua carregando o ego e a agressividade característicos do sexo.
          "O homem foi ensinado a ser prático, lógico, a negar e reprimir seu feminino interior a não conectar e reconhecer as emoções, ou seja, os sentimentos. A mulher contemporânea tem aprendido a ter atitudes mais masculinas, rígidas e competitivas tendo que negar e reprimir sua sensibilidade e intuição, isso a deixa desamparada. Ambos por estarem separados de sua fonte de força interior se sentem sós e perdidos", afirma a psicoterapeuta Erica Brandt, especializada em Psicologia Transpessoal, área que focaliza os cuidados do ser humano em todos os níveis. 
          Erica traduz a natureza feminina como "a sabedoria, o amor, a criatividade, a fluidez, a capacidade de acolher o outro, escutar com o coração, abraçar, perceber o desejo negado, a palavra não dita". Já a natureza masculina, para ela, "é a capacidade racional, objetiva, focada, analítica, centrada na ação, no alcance de um objetivo específico. Todos têm esses dois princípios em nossa psique e o desafio é possibilitar que trabalhem em parceria. Precisamos saber o que desejamos e planejar e agir de forma que esse desejo seja concretizado. Temos uma educação fragmentada em que pessoas têm a predominância de perceberem seus desejos e esperarem que alguém os concretize e/ou aqueles que não sabem quais são os seus próprios desejos e procuram estar disponíveis para realizar os desejos dos outros. Ambos não alcançam a sua própria realização, sempre fica um vazio e uma relação de dependência. Simbolicamente, temos as princesas presas nos castelos e os cavaleiros medievais que se dedicam em salvá-las”.
          São lados opostos que se atraem e que ao se desenvolverem saudavelmente resultam em soma de qualidades, de aptidões, afirma a profissional, formando um ser harmonioso, inteiro, consciente de sua capacidade de amar e brigar, de escutar e falar, de sentir e de pensar, de chorar e consolar buscando, assim, um equilíbrio entre tantas manifestações e sensações do corpo e da alma dos seres humanos. A verdade é que nenhum homem é capaz de viver sem uma mulher e vice-versa. Um reconhece o outro dentro de si, trabalhando os conflitos internos e estreitando a relação com o companheiro.
          "A união da energia masculina com a feminina é base de toda a criação”. Para integrar o masculino e o feminino em nossa vida, primeiramente precisamos aprender a silenciar nossa mente e nossos julgamentos para, então, acolher a experiência que estamos vivendo. Além disso, é preciso abrir o coração para compreender, para aceitar as fragilidades, acolher as frustrações, perdoar e respeitar a dor física, emocional, mental ou espiritual. À medida que esse movimento se desenvolver de forma harmoniosa entre o coração e a mente, também a pessoa estará vivendo melhores relações com o parceiro/a, com os filhos, familiares, colegas de trabalho, ocorrendo uma mudança gradual em todas  as relações ressalta Erica.    
          O certo é que o autoconhecimento e a aceitação de si mesmo e das energias presentes tanto no lado feminino quanto no masculino de cada indivíduo são fundamentais para melhorar a qualidade de vida e as relações com o próximo, seja homem, seja mulher.


BIBLIOGRAFIA:



As questões de Genero influenciam na educação

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"Tudo termina em sexo, não importa 
 o tema, tudo acaba na cama!".

Como falar sobre a influência do Gênero na Educação? Assunto que esta o tempo todo na mídia, na Internet e é tema de vários trabalhos acadêmicos, grande é a quantidade de informação que diz respeito aos direitos ora construídos por pessoas do mesmo sexo e sobre quais barreiras a sociedade vem transpondo para garantir tais direitos, falar sobre pessoas, sobre seus medos, medo de sentir-se diferente, medo de se mostrar como pessoa, sobre como esses medos interferem em suas vidas, em sua formação, sua educação, seu comportamento, suas práticas, em como essas práticas, no final, acabam se tornando elas mesmas, se tornam parte de sua personalidade e como tudo isso afeta sua formação dentro de sala de aula? Qual o papel da escola em meio a tantos contrastes, muitas vezes não há papel algum por parte da escola, ela simplesmente não quer enxergar que existem separações automáticas que põem de um lado os que detém os direitos e os fazem valer no papel e do outro os radicais como as religiões e os conservadores que tentam manter valores que, a cada dia, se afastam mais e mais do quotidiano do jovem aluno que tenta mostrar que é “diferente” e do velho professor que tenta manter a “ordem” dentro e fora de sala de aula; e no meio? No meio de tudo isso fica a criança sem saber como se sentir frente aos preconceitos sofridos na escola, muitas vezes pelos próprios professores, e as barreiras impostas por outros alunos são empecilho ao aprendizado? O professor, estaria preparado para receber alunos que tem gostos diversos do normal, que se comportam de forma tida como diferente e fazem questão de demonstr isso até mesmo no modo de vestir? Qual a solução que a escola deve dar a um aluno que se encontra em deficit escolar em virtude de preconceitos? Como a escola pode educar meninos e meninas, numa mesma classe, respeitando as diferenças de gênero, sendo que tal interfere na classe social, religiosa e cultural? É possível à escola e, mais precisamente ao professor, enquanto elemento de execução do processo escolar, promover a construção de cidadãos reflexivos, críticos, autônomos, responsáveis, competentes e, antes de qualquer outra coisa, éticos. Como garantir o direito de igualdade e qualidade para os diferentes indivíduos participantes do processo escolar?  São questões que parecem novas frente a um universo de situações que ora se mostram presentes no cotidiano de vários professores e pais, mas que, na realidade, só tiveram o enfoque merecido após a quebra de velhos paradigmas e o aparecimento de legislação extravagante sobre o tema. Como uma criança que sofre preconceitos, que é agredida psicologicamente, que luta para se libertar dos sofrimentos causados por colegas, muitas vezes os agressores são os próprios pais, pode se impor frente a tudo isso e construir, dentro de si, um conjunto de pensamentos capazes de transpor tais paradigmas? como definir o quanto o gênero  influencia e é causa determinante  no processo de redução do índice escolar?
 Para responder a estas perguntas é preciso, primeiramente, definir o objeto do nosso estudo, e para isso devemos definir as diferentes causas desse deficit escolar, passemos então ao conceito de Gênro, quando iremos identificar quais os embates no entorno de tal conceito: 

“O conjunto das representações sociais e culturais construídas a partir da diferença biológica dos sexos. Enquanto o sexo diz respeito ao atributo anatômico, no conceito de gênero toma-se o desenvolvimento das noções de masculino e feminino como construção social”.





"Algumas pessoas não precisam de armas para te ferir,
 elas usam palavras, risos, se divertem com seu sofrimento".

OS DIFERENTES CONCEITOS DE GÊNERO

Bakhtin desenvolveu um conceito de que somos seres de linguagem, que nos formamos a partir da interação com o outro: “cada contato com o outro é único, repleto de significado e sentido, acontecendo num contexto socioideológico”, ao discutir a questão de gênero é importante primeiro traçar  a diferença entre o que vem a significar este conceito e contrapô-lo a idéia de sexo; sexo está relacionado com os aspectos  bio-fisiológicos que dizem questão às diferenças corporais da mulher e do homem. para entender a diferença entre sexo e gênero é só observar que  animais também são machos ou fêmeas, mas não são homens  nem mulheres, eles não têm gênero. Com o desenvolvimento da compreensão sobre as diferenças corporais sexuais a sociedade cria idéias e valores sobre o que significa ser homem ou mulher, feminino ou masculino, estas são as chamadas representações de gênero. Percebe-se claramente que gênero não tem nada a ver com sexo. As relações de gênero criam padrões fixos do que é próprio para o feminino e para o masculino e reproduzem estas regras como um comportamento natural do ser humano criando condutas e modos únicos de se viver sua natureza sexual. Isto significa dizer que a questão de gênero tem uma ligação direta com a forma como estão organizadas na sociedade os valores, desejos e comportamentos acerca da sexualidade. Contrapondo-se tais conceitos, conclui-se que gênero não é sexo, mas é algo congênito ao ser humano, à pessoa que o detém, mas como tal assertiva é capaz de interferir no processo educacional de uma criança a ponto de impedir que haja aprendizado eficiente?
o Conceito de Gênero é capaz de definir o que, historicamente, tem privilegiado uns homens em detrimento de outros e na medida em que a sociedade não tem oferecido diferentes oportunidades de inserção social e exercício de cidadania a homens e mulheres, podemos focalizar bem claramente o poder que tal conceito nas escolas pode ter. E comum se diferenciar meninos e meninas, qualificando-os como diferentes não por sexos, mas por qualidades, meninas são organizadas, meninos são desordeiros, mas e quando o gênero interfere a ponto de tornar uma menina em desordeira, em manda-chuva, tomando um comportamento que é tipicamente masculino e que vai de encontro às expectativas até mesmo dos pais, nascendo dai um embate que irá dificultar o aprendizado de tal criançã. Será normal que uma menina jogue bola, brinque com meninos e possa ter o mesmo gosto por mulheres que eles, e, se não é aceita tal conduta (ora tida como normal nas escolas), até que ponto a escola deve intervir para ajudar tal criança a não se sentir diferente dentro da sistemática escolar, uma vez que a escola diz não ser dela a responsabilidade pelo comportamento que estrapola o ensino escolar.
Vamos então a um segundo conceito capaz de desencadear comportamentos anti aprendizado escolar, é o conceito de  Doing gender: 
                                                                                        
É um conjunto de expressões sobre aquilo que se pensa do masculino e do feminino. Em outras palavras, a sociedade constrói significados, símbolos, características para definir cada um dos sexos. A essa construção social dá-se o nome de relações de gênero. Resultante da forma de percepção de gênero masculino e feminino pela sociedade, criam-se perspectivas específicas para homens e para mulheres.



Os conceitos dispostos nos fazem prezumir claramente que as diferenças traçadas dentro e fora de sala de aula, vão além do biológico e dos esteriótipos acumulados durante o período de formação da personalidade, tais mecanismos são inseridos no indivíduo ao longo de sua vida criando características que o tornam único e inconfundível.
O processo escolar ainda que mediado por variações no ensino-aprendizado não possui, atualmente, nem pessoal nem material suficientemente rico, seja em conteúdo, seja em dimensão, para abarcar os alunos que se comportam de forma diversa e que, consequentemente vem a sofrer discrimnações, a escola ainda não é apoiada por legislação alguma (ainda que haja lei de bullying, esta ainda é ineficiente e esta em fase precoce), portanto ainda esta longe o dia em que o ensino de algumas crianças não será maculado por seu comportamento diferente, tendo em vista que até mesmo o professor consegue impingir tratamentos desiguais, de sorte que, alguns professores, atribuem as melhores qualidades às meninas, por serem as mais organizadas (alguns afirmam até que isso seja genético), do que em meninos, que tem o estigma de desorganizados, e, considerando que os comportamentos diferentes vão além das características sexuais, não há como deixar de fora aqueles que sofrem diversos tipos de discriminação por suas qualidades físicas, como os que são acometidos pro doenças graves com o Parkinson e a Sindrome de Down, entre outras, como a cegueira mínima, que confere a alguns alunos as características de estrabismo que tantos e tantos apelidos já ouvimos falar dentro da escola a meninos e meninas com "defeitos" físicos, e, além destes por que não falarmos dos que tem peso em excesso, os obesos são tidos em algumas escolas, como verdadeiros monstros, o gênero não diz respeito apenas às características que formam e diferenciam a endemia sexual, fora dos padrões comportamentais, mas também a pessoas com todas as anomalias endêmicas acima descritas, o gênero pode variar, em alguns casos, em função disso mesmo, pois em virtude de tal afastamento social, muitas crianças procuram e encontram conforto em pessoas do mesmo sexo, sendo que, muitas delas, não possuem qualquer desejo por pessoas do mesmo sexo, o que confunde as raças, de certa forma, é a mesma coisa que as mantém, a necessidade de ser importante, de se fazer existir, de estar junto e de construir uma identidade que, ainda que não seja aceita, possa ser suportada pelo próprio indivíduo, e, na medida em que alteram seus comportamentos, algumas crianças tem variações em seus corpos, quem nunca ouviu falar da menina que fala grosso ou do menino efeminado, tais características pessoais não são tão pessoais se levarmos em conta o histórico de violência sofridas por algumas delas, uma vez que muitas tiveram variações gênicas em função da violência sofrida por um molestador que, muitas vezes, é um familiar ou pessoa que devia ser de confiança, ou da família, ou da criança.
Todos estes comportamentos fazem com que grupos sejam criados, o que fortalece as variações das identidades culturais de váriados grupos, todos eles são, em grande parte e fundamentalmente, o resultado dos preconceitos que, em alguns casos só são verificados dentro da sala de aula, não estando nem o professor e escola, prontos a receber tais indivíduos ou ajudá-los em momentos de deficiência ou evasão escolar. À escola cabe enquanto criadora e mantenedora de personalidades diversas, o papel de orientar e preparar professores para bem receber e, contextualizando o papel da imparcialidade, redirecionar os comportamentos do professor no tocante às diversas diferenças que serão encontradas durante o ano escolar, preparando-os concienciosamente para o possíveis conflitos que possam surgir, oriundos de tais característas individuais.


O DÉFICIT ESCOLAR,TODOS JÁTIVEMOS; O GÊNERO, TODOS NÓS TEMOS, ENTÃO QUEM É O CULPADO  POR: VIOLÊNCIA, MEDO, DOR E DESCASOS DE  GÊNEROS SOFRIDOS POR CRIANÇAS, JOVENS E ATÉ ADULTOS, NA VIDA ESCOLAR?!


Os conceitos de gênero nos orientam para um elo perdido, uma vez que, sendo o elo perdido o fóssil que mostraria metade macaco, metade homem, definindo desta forma uma transição do animal-homem; tal elo perdido se encontra ao nosso redor, não fossilizado, não em forma rudimentar, mas em carne e osso, bem vivo e respirando, são as muitas pessoas que pensam diferente, que caregam em si os caracteres que definem diferenças que, talvez, daqui algumas anos, seja comprovado, fazerem parte de sua carga genética, e, de nossa parte o que teria sido feito para assegurar que todo esse conhecimento "novo" acerca do gênero não se perdesse e fosse levado junto com as areias do tempo, o que fora feito pela mais desvalorizada e ignomia instituição ainda existente, a escola, será um avanço para qualquer ser vivo que possa servir de testemunha que, um dia, existiu alguém que torceu o nariz porque alguém sentiu um gosto diferente ou teve um comportamento diverso do normal. Quem irá lembrar que, como no passado onde a mulher era tida como ser inferior ou do negro sem qualquer condição social e tido como bicho e o que dizer do indío que era tido pela mesma igreja, que ora prega os direitos humanos, como "sem alma", tais acontecimentos só demonstram que, ainda que não queira, o homem faz tudo conforme sua conveniência e hoje, na conveniência dos que desejam manter o trivial, muitos preconceitos que resultam em verdadeiros massacres como o na escola de Realengo são cometidos. Mas quem seriam os responsáveis, será que apenas aquele jovem que atirou, atirou sozinho ou atrás dele viria verdadeira nuvem de discriminações abusos e atropelos que tornaram sua vida um inferno, e, ainda que não se defenda sua atitude em detrimento da vida alheia, quantas vezes tal jovem não deve ter pedido: "Por favor, por favor parem, eu não aguento mais!!!!". Assim na mesma medida dos que punem todos fomos punidos com tal fato, todos os pais e mães falhamos, todos nós alunos somos os réus de tal chacina, fomos todos nós quem atiramos, a cada gesto de preconceitos, quantos de nós não tem um amigo que pede que se pare uma brincadeira e, em favor de mais uma piada, de mais um sorriso por parte da turma, ele continua! Quantas crianças foram reprovadas ou tiveram desempenho baixo na escola por sentir que se a vida não importa, então pra que tirar notas boas, então me pergunto e lanço no ar, até que ponto a dor desta criança também não é minha, até que ponto todos nós também não sofremos, pois esta mesma criança também não é nosso filho ou será o nosso filho o torturador deste indivíduo. No tocante ao gênero, não se escolhe, se é escolhido por ele, então nos perguntemos mais uma vez, qual o atributo define onde esta a responsabilidade e os responsáveis pelas leis e pelo cumprimento delas e onde estão as campanhas que asseguram tal diversidade senão em nós mesmos, nós somos as leis, nós é quem devemos nos vigiar para que, ainda que no sorrisinho irônico, não nos tornemos os culpados pelo sucídios coletivos que assolam crianças lindas! Sim crianças lindas, tidas como gordas, feias e magras e o que falar não só da bulimia, não seria outra anomalia ou parafila do gênero, mas será que tem o gênero parafilias, e quem de nós não as tem, qual de nós não se comprazeu, ainda que raro, com o sofrimento do próximo, ainda mais se o próximo for um desafeto e que dizer, ainda que ninguém fale, daqueles que não são ainda que pareçam ser, estou falando dos que tem o comportamento dito "duvidoso" e que todos os dias sofre constantemente com brincadeiras que insinuam a homosexualidade, o lesbianismo, e isso também não é deficiência de gênero, então o chamemos "um novo elo perdido", um novo achado, o da criança que é vista com gênero diverso do seu em função de suas características físicas, sua idiossincrassia, seu comportamento, sim é um novo achado aquele que é tido como gay ou lesbica sem o ser. Quantos de nós nunca teve um colega que insistia em nós taxar com uma alcunha ou com um chamativo diverso do que somos, quantos não tiveram aquele colega de turma que insistia em dizer que eramos gay ou lesbica e, mesmo após advertido, se divertia em falar, em alto e bom som, e na presença de várias pessoas, que eramos aquilo que, mesmo parecendo ser, não fomos, e, quantos ainda não tiveram vontade de literalmente "matar" tal colega, e por que não contestar, por que quando a esse mesmo colega a brincadeira lhe era imposta o mesmo exigia que fosse parado e, seguindo essa lógica onde começa e onde termina o direito de cada um em manter, excluir ou modificar seu gênero, ou até mesmo, não ter gênero algum, como no caso dos que preferem não constituir famílias; quantos? Eu vos pergunto, não tiveram esse amigo e o queria ver longe, mesmo sendo um bom amigo em outras horas, sua permanência em manter a mesma brincadeira não nos tenha causado a falta de sono? Pergunto agora àqueles que viveram e é claro, que atire a primeira pedra que não o tenha vivido, os abusos da infância pelo mais forte, pela garota, goroto ou garotos, mais bonitos, mais espertos, e, na mesma lógica, quem nunca sofreu uma queda nas notas escolares por problemas com adolescentes que, uma vez tidos como amigos, nos desviaram o foco dos estudos, procurando depreender nosso comportamento?!
 Então senhores e senhoras, as respostas para as deficiências escolares não estão nas escolas, não estão nos lares das crianças machucadas, dos pais agressores, não estão nas casas de saúdes cheias de doentes com doenças que o nosso século não consegue definir os padrões e quanto menos as curas, não esta nas ruas solapadas de Gays, Prostitutas, Hemos, Homofóbicos, lesbicas e outros tipos 'diferentes", ainda que por pouco, e muito pouco mesmo, tido como parafilias por nosso séculos; nem está nos livros dos psicólogos com todas as respostas "teóricas" que a ciência atual pode definir A resposta esta nas lágrimas da criança que sofre por não saber se definir, esta na filha que teve de mudar de opção sexual vitimada por violêcia na infância, esta nos meninos e meninas molestados psicologicamente todos os dias por pessoas em quem devia confiar: pais, professores, amigos, colegas, irmãos...;

"...A RESPOSTA, SENHORAS E SENHORES, A RESPOSTA A TUDO ISSO ESTA DENTRO DE CADA UM DE NÓS, SIM, POIS TODOS SOMOS UM CORPO SÓ, AINDA QUE NÃO QUEIRAMOS, SOMOS PARTE DE CADA PESSOA AQUI NA TERRA, QUANDO SE FERE ALGUÉM, NOSSA CONSCIÊNCIA UNIVERSAL  É ABALADA!"



                                                               "Pode parecer pouco para você, pode parecer que tudo o que você disse até agora não represente nada e você esqueça no momento seguinte, afinal nada do que foi dito era contigo mesmo, mas no final, tudo o que você disse com toda certa esta matando alguém..."



Um grande abraço galera,

Leandro McNamara.

Estereótipos de Gênero se formam na infância?

Eu, só no cara-crachá




"O DIA EM QUE O HAMSTER NINJA INVADIU A CASA ROSA DA BARBIE"

                
  Segundo Dictionary Of Omens and Supersticions ("Dicionário de Agouros e Supertições", sem tradução em português) a definição dessas cores tem razões machistas, e já existia na era pré-cristã. O azul era visto como cor de proteção, afastava maus espíritos que podiam rondar os recém nascidos. Como nessa época meninos eram mais valiosos, eles que recebiam a cor da proteção. As meninas que continham algum valor eram vestidas de preto. A cor rosa só se propagou como sinônimo de feminilidade no século 19, onde uma lenda europeia dizia que as meninas nasciam das rosas e os meninos de repolhos azuis.

        Minha Isabelle, 9 anos, arrancou corajosamente seu primeiro molar de leite às 22h da segunda-feira última. Menos por sangue frio, mais por interesse. Todo dia é um bom dia para receber um brinquedo novo. Todo dia é um bom dia para receber, numa madrugada repleta de esperança e sonhos, a visita da querida amiga Fada do Dente.

          A americana, conforme reza a tradição do solar do capitalismo, entrega um dólar a cada ato de bravura e despreendimento sacramentado debaixo do travesseiro. A que nos visita no Centro do Rio de Janeiro deixa um pequeno brinquedo, pois se recusa a estimular o culto ao Deus Capital. A Fada - Carioca prefere estimular o afeto, a ludicidade, a fantasia e a gratidão por algo que acompanha a presenteada em vários momentos felizes. O que dá margem a inesperadas conversas e asas imeeeeeensas à imaginação. Na madrugada que sucede aquela noite de coragem, nossa amiga ganha uma carta com desenhos elaborados, alguns elogios afetuosos e dois ou três pedidos.

         A regra é clara: algo pequeno. Não por ser, geralmente, o mais barato e assim o que combina melhor com nossa amiga Fada-dos-Bolsos-Vazios. È porque a Fada - ora, todo mundo sabe disso! – é muito pequena, e não agüenta carregar algo muito grande. Nem muito caro.

        Ultimamente a Fada tem ignorado solenemente a parte mercantil da carta. Ela tem cismado com um hamster eletrônico chamado Zhu-zhu Pet e seus genéricos correlatos. Desconfio que as constantes liquidações da Casa e Vídeo e da Ri-Happy tenham contribuído para essa conduta um tanto desaforada dessa Fada–Safada. Mas, ao acordar e ver aquela bolinha de pelos serelepe, colorida e fofa, movida a pilha, minha criança abre um graaande sorriso desdentado e se sente a mais feliz das garotinhas. A mãe acompanha, eternecida, esse sentimento. E agradece a idéia da Fada.


        Mesmo cedendo ao apelo capitalista do compra-compra-compra, minha amiga Fada  decidiu andar na contramão da indústria de consumo. Ela não se curva diante da empurroterapia sexista das ações de “merchandaise” dos intervalos comerciais. Ela não liga para  “marquetingui” atrelado à programação infantil. Ela não é criança, e consegue passar incólume ao marketing mais sério, dito "espontâneo", e por isso mais avassalador. Aquele que persegue a pequena aonde quer que vá: o que vem das amiguinhas de mesma idade, vítimas indefesas de toda essa lavagem cerebral.

            Meninas de 9 anos querem ser modelos bem sucedidas, e projetam nas Fashion Dolls (Barbie, Bratz, Liiv, Moxie, Polly) todo esse desejo de glamour e sucesso. Uma vida cor-de-rosa, de roupa da moda, consumo desenfreado e riqueza como sinônimo pronto de felicidade. A parte do pedido que a Fada do Dente propositalmente ignora – mas que infelizmente Papai Noel ainda não conseguiu superar (velhinho vendido!)  é a que identifica o ser e o ter. A que impõe o cor-de-rosa e suas matizes como único meio viável na construção da simbiose felicidade/feminilidade, onipresente, também, nos contos de fadas e desenhos animados de princesas. Já os Hamsters, a princípio brinquedos unissex, se apresentam em todas as cores. Desde as mais capricornianas - pautadas no real -  como o branco, o cinza, o marrom, o preto, o malhado e o baio, até as mais lúdicas. Tem verde, roxo, azul, rosa, furtacor, de Petit Poá...
 
          Não acredito nas coisas de zodíaco, mas chamo de cores capricornianas por uma característica minha, de infância, época em que acreditava nesse tipo de explicação da realidade,. Eu creditava a minha preferência às características essenciais do meu signo de elemento terra. O jardim da minha casa tinha uma planta cujas folhas eram roxas. Na minha cabeça aquilo estava errado. O certo era que toda planta tem folhas verdes, oras! Eu pegava pincel e aquarela, ia lá e pintava todas. Essa ortodoxia se estendia aos animais de brinquedo. Eu não admitia um urso de pelúcia azul ou rosa. Afinal, na natureza, de verdade, não existem ursos cor-de-rosa! Para mim, urso tinha que ter cor de urso.


     Falar em cores capricornianas me valem um adendo, recente, de gênero, diretamente do mundo corporativo. Assim como nos atos da Fada do Dente, é tudo fictício. Eu não estava lá.

(Minha presença é puramente ficcional, repito!)

         Numa Empresa Fictícia, que fictíciamente seria a maior multinacional do país, fictíciamente existe uma crise pautada em Recursos Humanos numa unidade do interior do estado.  Fictíciamente, a área de ambiência é acionada para intervir no tratamento da conseqüência, mas não na remediação dos fatos. De um lado, em videoconferência - tudo ficcional, não esqueçam! - a gerente de ambiência, acompanhada da empregada designada para o acompanhamento da crise e a empresa contratada para requalificação de lideranças no local afetado; no total, aqui no Rio, 5 mulheres. Lá, no outro lado do estado, o gerente geral e 3 gerentes setoriais. Todos de meia-idade. Homens. Detalhe: o pivô ficcional da crise ficcional foi a demissão arbitrária de uma trabalhadora, que devidamente repercutida pelos sindicatos causou comoção nacional na categoria.

       Durante a ficctícia reunião telemática, a psicóloga  ficctícia fundamenta a sua intervenção no gerenciamento do clima de trabalho, propondo ações de diagnóstico de habilidades em lideranças para que se trabalhasse sobre os pontos fracos de cada gerente, coordenador e supervisor em questões de trato com a equipe. Do outro lado da tela, a fictícia equipe de gerentes masculina se escangalha de tanto dar risada. As moças, cá do Rio, se entreolham, sem entender o que há. Depois de alguns minutos de silêncio nosso, o interlocutor interiorano começa a se explicar. Pergunta se conhecemos Dona Dulce "Não" - óbvio. È a cartomante que anda pelos jardins daqui da nossa unidade, oferecendo para ler a mão de todo mundo que passa. È que mulher gosta dessas coisas, né? Horóscopo, cartas, búzio, advinhação... Igualzinho ao que vocês querem fazer agora... De Dona Dulce a gente sempre escapa. Mas da advinhação de vocês a gente não vai conseguir escapar!”

      São homens poderosos, bem instruídos, viajados. Quase não creio no que ouço. Em nome do profissionalismo, do bem corporativo, elas fazem cara de paisagem. Até a que tinha poder de mando equivalente e que poderia iniciar o embate. Me sinto impotente, num misto de desprezo e pena. Solidariedade feminina em relação às executivas, que tem que lidar com esse sexismo cotidianamente. E sob o efeito destas elocubrações, surge a proposta do blog para o Seminário IV. Como esses estereótipos de gênero se formam e se enraízam na mentalidade de todos os sexos e em todos os segmentos sociais? E com tal força, que se manifestam com tanta naturalidade nos momentos mais inadequados...

 
        Agora uma história vivida, que eu posso assumir como minha. Mais uma lembrança de infância. Nos mesmos 9 anos de minha filha, eu esperava  pelo dia da criança, Natal e aniversário para ganhar um dos presentes quase tão sonhados. A Fada do Dente ainda não havia desembarcado aqui nos trópicos, trazida pela totalidade dos desenhos americanos, e mesmo a família era tão pobre que a fada nem que quisesse muito conseguiria chegar perto. No dia da criança, na contramão das minhas amigas fanáticas pela Barbie, pela Suzi e pela Angélica, eu queria um Transformer. Pequenininho, de metal. Achava o máximo de engenhosidade um carrinho que virava robô ao colidir. E além de tudo era mais fácil de ganhar, porque era mais barato que as fashion dolls. Lembrei disso porque há cerca de um mês encontrei um deles numa barraquinha da feirinha de antiguidades da Praça XV, e ao tocá-lo essa Aurea agora casada, agora mãe, sentiu a mesma emoção da menininha de 9 anos naquele 1986 quando abriu o seu presente. E que foi feliz para a casa da amiguinha mais rica – aquela que não ganhara apenas a Barbie da moda, mas a casa, o namorado e mais uns 3 itens da coleção – exibir o seu pequeno tesouro de metal azul. E que ouviu coisas, que não ousaria repetir aqui, a respeito de sua sexualidade por ter pedido um brinquedo “de menino” pelo dia da criança. Curioso foi perceber que a emoção do meu marido foi a mesma experimentada por mim naquele inesperado revival. Uma preferência dita "errada" mas que, 25 anos depois, se constitui num pequeno fator de deliciosa simbiose para um jovem casal.


        Brinquedos tem esse dom, unir as partes interessadas. Minhas amigas não se interessavam por design de objetos, então não viam valor no milagre dos Transformers. Nos uníamos brincando de novela, com nossos bebezinhos e compartilhando histórias da Barbie. Eu também tinha uma Barbie. Velhinha, gastinha, descabelada, mas minha. Era bom brincar em grupo. Como meu Transformer brincava nos meus momentos de solidão, que como filha única não eram poucos. E também era bom. Vigotsky e Piaget depositam muito valor na ludicidade infantil: treinamento de habilidades, compartilhamento de informações, re-elaboração de emoções, acomodação dos fatos, expressão de experiências, vivência do risco controlado, entendimento do mundo. Brincar é ato individual e coletivo, simultaneamente. O que separa meninos e meninas é a confluência dos valores sociais (expressos na formatação educativa para o exercício de papéis pré definidos) e da propagação da ideologia de venda de mercado.

        No Ocidente, na vida real, não é raro que homens com H maiúsculo cuidam de crianças pequenas. Às vezes em apoio à mãe ou à companheira, outras pela necessidade de se constituir enquanto família monoparental. Entretanto, um menino trocando fralda de bonecas ainda é um escândalo social. Tradicionalmente, homens são grandes Cheffs de Cuisinne. Mas ainda choca a visão de um garoto brincando de panelinhas em público.

        No Ocidente e no "Oriente Não-Médio", na vida real, mulheres dirigem. Mulheres são policiais. Mulheres trabalham nas forças armadas. Mas uma menina que brinque de carrinho ainda é vista de modo enviesado. Meninas não brincam de soldadinho. Não é brinquedo de menina, não é “coisa de mulher.”

         Brinquedos, assim como desenhos animados, são produtos destinados a crianças, mas só chegarão ao seu destino final se os pais consentirem e os adultos - donos do capital - comprarem. Cada lançamento é um tiro único que precisa atingir a dois alvos simultaneamente. Conceito, design, embalagem e mídia são metodicamente elaborados tendo em vista este duplo objetivo. Então dá-lhe rosas, lilases, amarelos e tons pastéis para as meninas. Verde, azul, preto, roxo e cinza para os meninos. Dá-lhe bichinhos fofos, casinhas, panelinhas, bebês, mocinhas e simulacros de produtos de beleza e de vida de modelo/princesa para as meninas. Dá-lhe musculosos carecas salvadores do mundo, veículos civis e de guerra, espaçonaves, robôs, bolas e cowboys para os guris. Nem meus aclamados hamsters eletrônicos conseguiram escapar desta visão maniqueísta do mercado.

       No lançamento nacional, no ano de 2010, Zhu-zhus Pets eram brinquedos unissex, produzidos em uma grande gama de cores e embalados em caixas amarelas. Neutras. O que ficava em evidência na propaganda era o hamster mostardinha (tecnicamente, baio), também neutro. O produto teoricamente “de entrada” trazia um Zhu-zhu preto e branco, um poliedro azul marinho para ser empurrado em um mini circuito branco e rosa. Aqui está o perigo. A Cidade Hamster, circuito modular formada por inúmeros kits conectáveis vendidos separadamente, equilibra as cores branco-azul-rosa–verde–laranja. Como estratégia de marketing, para neutralizar a presença perniciosa do rosa em muitos cantos, adivinhem a cor adotada para os acessórios mais legais, iguais aos dos hamsters de verdade? Para a roda de exercícios, o escorregador e a bola de passeio, um azul profundo. Não chegava a incomodar as meninas e agradava em cheio ao consumidor de sexo masculino.

      Garotos até que se interessaram pelos bonecos. Mas a fofice e os detalhes cor de rosa da cidade acabaram por torná-los verdadeira febre entre as meninas. E se as meninas consideram coisa de menina, os adultos não olham para o produto como uma opção para os protótipos de rapazes. O que fazer então com o encalhe de brinquedos verde-forte, azul marinho, cinza, preto, marrom e malhado? Se o mercado provou que não quer, como conseguir empurrar?



       Os gênios do marketing decidiram a questão dando ao público o que o público queria comprar. Uma nova coleção de Hamsters, que não eram mais os fofinhos. Eram guerreiros-ninja!!!! Uma cicatriz aqui, um filete de sangue escorrendo de um olho ali, uma tatuagem chinesa nas costas, um som mais grave e voilá! Um novo produto, mais masculinizado. Em embalagem preta e vermelha. De macho. Com um novo habitat criado: uma cidade de Treinamento Hamster, em preto-cinza-amarelo e vermelho, em que cada kit é uma armadilha. Ao centro, uma arena de combates sangrentos, em que o guerreiro hamster pode lutar em pêlo ou num veículo de combate. Ou ainda com uma armadura. Todos vendidos separadamente, como bem convém ao Capital.



       A Fada do Dente tem dado sorte ao procurar seu brinde econômico. Até hoje só trouxe Hamsters e Porquinhos-da-Índia da linha fofa, regular. Alguns cor-de-rosa com branco, com preto, com cinza. Outros não. Já a mãe da Belle não teve tanta sorte assim, e ao precisar comprar um presente de aniversário para amiguinha da escola, não titubeou. Entrou na Ri-Happy e viu um ninja topetudo com cara de sapeca, cinza claro cujas cicatrizes eram bolinhas azuis bebê, e que estava na medida do orçamento apertado. Os fofos, da linha inicial custavam simplesmente o dobro. Já sabemos quem foi a estrela do aniversário, quem ganhou o direito de percorrer o circuito rosa, azul e branco que a menininha ganhou de um outro convidado.

       Ao contrário de Demócrito de Abdera, tenho plena consciência de que a minha terra não é o umbigo do mundo. Mesmo escolhendo um tom meio confessional. para o meu texto, tenho plena consciência de que não passamos de pedagogos em formação. A cada conhecimento que adquirimos ao longo do trajeto já estamos comprometidos com a transformação do amanhã, através da intervenção intencional na formação do cidadão. Novas instruções, novas  e valiosas ferramentas para provocar uma formação mais justa, a equidade de gênero através da escolha atuante, da ação educativa. Ao fim do 8° período estaremos ainda mais do que comprometidos: comprometidos e diplomados. Para fazer diferença, não espero pelo meu diploma e por uma sala de aula. Faço minha escolha justa e atuante, minha ação educativa, a cada oportunidade, no presente. Meu momento é esse. É aqui. É agora.

       Assim... No que depender de mim e da minha amiga Fada, por um mundo mais justo e equilibrado, através de um caminho lúdico, de experimentação saudável e desiquilibração essencial, decreto:


No que depender de mim e da minha amiga Fada, sempre vai ter um Hamster Ninja invadindo a casa rosa da Barbie!


PS:  A introdução é contribuição do amigo Leandro, no Fórum de Seminário IV.

Apoio Bibliográfico: texto "A Boneca Barbie e a Educação das Meninas - Um Mundo de Disfarces", de Fernanda Theodoro Roveri, mestranda da Faculdade de Educação da UNICAMP, bolsista CENP, sob orientação da Profª Drª Carmen Lúcia Soares, Grupo de Pequisa OLHO - Laboratório de Estudos Audiovisuais.

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Para fomentar o debate...

 

Uma pesquisa artística sobre infância e preferência de cores, reportado pela revista de divulgação científica de massa da Editora Globo -  Galileu.

 

Aplicação do "Efeito Tostines"?

 

 

 

"Projeto mostra preferências de cor entre meninos e meninas"

por Redação Galileu


Editora Globo
Créditos: JeongMee Yoon - The Pink and Blue Project - Jeeyoo


O fotógrafo JeongMee Yoon trabalha com um projeto inusitado desde 2005, o The Pink and Blue Project (Projeto rosa e azul, em inglês). O objetivo é entender as tendências, preferências culturais e os gostos das crianças (e de seus pais) em diversas culturas e grupos étnicos. A tese também levanta aspectos sobre a relação entre gênero e consumismo, urbanização, globalização do consumismo e o novo capitalismo.


Editora Globo
Créditos: JeongMee Yoon - The Pink and Blue Project - Cole

Yoon explica em seu site que a ideia surgiu com a própria filha de cinco anos, que gosta tanto de cor de rosa que só queria usar roupas e brincar com brinquedos dessa cor. Ele descobriu que a vontade da menina era mais comum do que imaginava e que esse desejo era universal. Meninas tendem a usar mais rosa inconscientemente para parecerem mais femininas.


Editora Globo
Créditos: JeongMee Yoon - The Pink and Blue Project - Dayeun

Consumidores são direcionados universalmente a comprar azul para meninos e rosa para meninas. Nas lentes de JeongMee Yoon essa tendência fica gritante e até intrigante.


Editora Globo
Créditos: JeongMee Yoon - The Pink and Blue Project - Ethan

 
Editora Globo
Créditos: JeongMee Yoon - The Pink and Blue Project - Jake



Editora Globo
Créditos: JeongMee Yoon - The Pink and Blue Project - Kara


Editora Globo
Créditos: JeongMee Yoon - The Pink and Blue Project - Seowoo

Via Fubiz  
Fonte:
PROJETO MOSTRA PREFERENCIAS DE COR ENTRE MENINOS E MENINAS Consultado em 23/06/2012.

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A preferência de cor é imposta pela criança aos adultos e fabricantes ou adultos e fabricantes impõem "cores preferidas" às crianças? 

 

Aqui você se informa.

 Você opina, você decide!!! 


Queremos saber sua opinião nos comentários

 

NV

 

 

as manifestações diferentes são motivo de bullyng?

Imagem de THAMARA DE PAULO MONTEIRO

As manifestação diferentes não podem ser motivos de Bullying.


Bullying é um termo usado para descrever comportamentos com a intenção de ferir ou prejudicar alguém. O termo "Buly" em inglês quer dizer "valentão" e ataca com propriedade o corpo, a reputação, o sentimento, o relacionamento e o status social de uma pessoa. Muitos adultos subestimam o problema que é encontrado em maior grau nas escolas e internet - cyberbullying, isto é, ameaças e disseminação de imagens e mensagens através das redes sociais, celulares, entre outros meios que tornam essa prática ainda mais perversa. As vítimas dessa prática chegam a adoecer, se ferir e até cometer suicídio.
       Súbita perda de interesse por atividades promovidas pela escola, queda das notas, preferência pela companhia de adultos, pesadelos e dificuldades para dormir, assim como raiva, irritabilidade, ferimentos físicos inexplicáveis, rejeição à escola, depressão e ansiedade são sinais indicadores de que essa criança - que pode ser seu filho, irmão ou aluno - esteja sofrendo Bullying.
       Essa prática é muito frequente quando se trata de questões de gênero. No final do séc XIX, o debate do comportamento sexual no mundo ocidental se tornou tão destacado que propiciou o surgimento da disciplina Sexologia. A palavra "gênero" passou a ser utilizada como forma distintiva de "sexo" por feministas anglo-saxãs em 1960, quando estas quiseram ampliar os sentidos impostos pelos limites do conceito de sexo. Logo, o conceito de gênero cogita a diferenciação entre homens e mulheres na dimensão social, enquanto que a sexualidade é o conjunto de crenças, comportamentos, relações e identidades socialmente construídas e historicamente modeladas.
      Embora a diversidade sexual sempre tenha existido, foi na contemporaneidade que ela foi problematizada social e teoricamente, tornando-se objeto de estudo e de luta política. O direito à vivência livre de que identidade se encontra associado á ideia de que a sociedade está em transformação e evolução. Foi somente em 1985 que a homossexualidade deixou de ser considerada doença pelo Conselho Federal de Medicina e as Organizações Científicas Brasileiras e passou a ser reconhecida como orientação sexual.
      Nós, docentes, temos que refletir sobre nossas práticas, gerando debates sobre a questão, jogos e dinâmicas envolvendo narrativas orais como depoimentos de familiares para desenvolver a maturidade para haja aceitação e respeito ao outro. Pais, funcionários, alunos e representantes da comunidade devem trabalhar juntos. Incentive as escolas a adotarem um programa antibullying e apoie essas normas.
Bibliografia:

famiĺia, quais as novas formadas?


Imagem de SANDRO ROCHA DE SOUZAAs Novas Faces da Família em Nosso País







Caros Amigos Pedagogos, Professores, Educadores e Visitantes ao dar inicio a nosso bate papo acerca das novas configurações familiares ora existentes, apresento-lhes algumas reportagens veiculadas nos meios de comunicação de massa, que tratam desta temática tão importante para o entendimento dos rumos que tem sido tomados por nossa sociedade:



A Nova Cara da Família Brasileira

Em 15 anos, número de casais com filhos caiu 11,2% no país. Relatório mostra que outros arranjos familiares vêm ganhando força

As famílias brasileiras estão se transformando. Em 15 anos, entre 1992 e 2007, o número de casais com filhos, o estereótipo da família tradicional, caiu 11,2%. A queda foi compensada pelo aumento dos novos arranjos familiares: casais sem filhos, mulheres solteiras, mães com filhos, homens solteiros e pais com filhos. Os dados fazem parte do Relatório de Desenvolvimento Humano 2010, divulgado na terça-feira pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). A nova organização familiar, contudo, não se relaciona com o fato de 23% dos brasileiros temerem a violência dentro de casa.
As famílias são apontadas pelos brasileiros como principais responsáveis por ensinar os valores. A passagem desses conceitos, contudo, independe das diversas e dinâmicas estruturas familiares, pois o afeto é um ponto nevrálgico. “O ponto central é a carga de afetividade gerada pela família, que permite aos pais influência, pelo menos inicial, na formação dos valores dos filhos”, diz o estudo.



Segundo Flavio Comim, coordenador do relatório, as famílias reconstituídas vivem, em geral, com pressões adicionais. “Existem novas dificuldades a ser superadas em cada caso, como por exemplo a gravidez precoce”, afirma. No entanto, o fato de uma criança ser criada sem a presença dos pais não implica em dificuldade para transmissão dos valores. “Nossa definição de família é de uma rede de cuidados e de afeto. Se não houver isso, não adianta ser criado por pai e mãe ao lado dos irmãos”, diz.
Para a mestre em Psicologia da Infância e da Adolescência Vera Regina Miranda, outra palavra-chave determina a passagem de valores: limite. “São dois pontos importantes para o desenvolvimento e a estruturação da personalidade. O limite auxilia na socialização, e o afeto dá estrutura”, comenta. Conciliar esses aspectos é fundamental, independentemente do tipo de família.
O psicanalista e professor de Psicologia Leonardo Ferrari afirma que, embora seja positivo receber afeto, não se pode generalizar. “Quando se analisa o ser humano, vê-se mais de perto as particularidades de cada um”, diz. “Funda-mental é saber como cada um vai transformar o afeto que recebe.”
A auxiliar de serviços gerais Marisa Cosmo do Nascimento, 33 anos, cria sozinha as duas filhas, de 7 e 10 anos, desde o nascimento da caçula. “Ele disse que não teria condições de criar outra filha. Tive de escolher entre meu casamento e as minhas filhas”, conta. “Conheço famílias com pai e mãe que não são estruturadas como a minha.” Para isso, ela tem o apoio de outros membros da família. “Minhas filhas são muito apegadas ao meu irmão e ao padrinho. Buscam uma figura masculina, que corresponde ao amor delas”, diz.
As novas famílias integram a realidade brasileira de tal modo que a nova Lei de Adoção já valoriza o conceito de família estendida. A criação por avós maternos e paternos, tios e tias ou duplas de homossexuais já é aceita. “O mais importante é valorizar quem dá carinho”, diz Ariel de Castro Alves, membro do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente.
Antonio Costa / Gazeta do Povo / Pai, mãe e filho: adesivos para carros são vendidos separadamente, o que permite montar famílias com diversas formações
Perfis estão nos carros
Virou febre. Nas ruas, se tornou comum ver adesivos colados nos carros como forma de mostrar a organização das famílias brasileiras. Observam-se desde as famílias tradicionais, com pai, mãe e filhos, até os novos arranjos que cresceram nos últimos 15 anos no Brasil, como mães ou pais solteiros que criam os filhos.
A proprietária do sebo Leituras, no Centro de Curitiba, Angelita Gomes Cardoso, afirma que, em geral, famílias tradicionais compram mais adesivos. “É difícil ver só uma mãe comprar o adesivo dela e do filho. O mais comum é levar de todos, até do avô e da avó”, relata.
Por outro lado, Angelita diz que as pessoas que não se encaixam no padrão não demonstram timidez na hora de comprar e usar os adesivos. “Me lembro de uma moça que veio aqui e pegou de uma mulher e de sua filha”, afirma a proprietária do sebo. O fato de os “bonequinhos” serem vendidos separadamente facilita e amplia o mercado do produto. “Está tudo separadinho para facilitar a montagem”, diz Angelita.
Movimento
Há um mês, seis ou sete famílias entravam diariamente no sebo para comprar os adesivos. Atualmente, o movimento diminuiu. “Nós até mudamos a forma de exposição. Antes ficava em pastas, junto com os outros adesivos. Mas, como a procura estava muito grande, nós colocamos em exposição no balcão.”
Com o seu advogado ou com o meu?

A Justiça busca como lidar com os conflitos que surgem na nova família brasileira, com seus hábitos e costumes que ainda não estão previstos nas leis. 
Rosana Zakabi




Indenização por falta de afeto 
Os pais do analista de sistemas Alexandre Fortes, mineiro de 26 anos, separaram-se quando ele tinha 3 anos. No início, o pai o visitava, mas cortou as visitas ao se casar novamente. "Ele continuou a pagar pensão alimentícia, mas nunca mais veio me ver, nem quis me receber", diz Fortes (na foto, com a mãe). Em 2000, o rapaz decidiu processar o pai por abandono afetivo.
Esse argumento não existe nas leis, mas se tornou comum nos tribunais e os juízes freqüentemente o acatam. Fortes perdeu o processo, mas entrou com um recurso. "Quero apenas que meu caso sirva de exemplo para outros pais, porque os filhos sofrem muito com o abandono", ele diz.
A sociedade brasileira consagrou nas últimas duas décadas um novo padrão familiar, e nem sempre a Justiça sabe como lidar com tantas novidades quando é chamada a intervir. As mulheres, favorecidas pela aceitação do sexo casual, inventaram a "produção independente" – o filho criado com pouca ou nenhuma participação do pai. Os testes de DNA, por sua vez, impedem que os homens reneguem a paternidade. Filhos de pais que se separam e se casam novamente, às vezes mais de uma vez, colecionam padrastos, madrastas, meios-irmãos, meias-irmãs e outros parentes adotivos. Os casais homossexuais já circulam fora do armário e à luz do dia. Toda essa revolução de costumes foi bem absorvida, mas, quando surgem conflitos na nova família brasileira, a dor de cabeça para os juízes e advogados é quase certa. Três casos de processos que aparecem com freqüência hoje nos tribunais e deixam a Justiça aturdida por falta de legislação específica para eles:
• O enteado entra com um processo pedindo pensão ao padrasto que já não vive com sua mãe.
• O filho pede indenização ao pai, há muitos anos ausente de sua vida, por abandono afetivo.
• O pai biológico de uma criança e o homem que a criou de fato brigam legalmente por sua guarda.
                            
A menina que tem dois pais 

Os cabeleireiros paulistas Vasco Pedro da Gama Filho, de 35 anos, e Júnior de Carvalho, de 43, são pais de Theodora, de 5 anos. Eles conseguiram adotar a garota no ano passado. Foi o primeiro caso de adoção por um casal gay no Brasil. "O que nos ajudou foi a mudança na mentalidade das pessoas, sentimos que o preconceito contra a homossexualidade diminuiu muito", diz Gama Filho, que, junto com seu companheiro, vai à reunião de pais e mestres e freqüenta festas na escola da filha. No espaço destinado à filiação da certidão de nascimento de Theodora (abaixo), ambos aparecem como pais.



                    

Diante de situações como essas, os juízes tentam encaixar o caso em leis já existentes ou simplesmente tentam julgar com base no bom senso. "Os juízes sempre tiveram leis claras e específicas para ampará-los em suas decisões sobre os diversos assuntos que envolvem as famílias. Hoje, para boa parte dos casos, não existe legislação", diz a desembargadora Maria Berenice Dias, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.
A reviravolta na família brasileira – e, com ela, os impasses dos juristas – tem origem na ampla aceitação do divórcio no país. O número de separações judiciais cresceu 53% entre 1995 e 2005, enquanto a população aumentou apenas 14% no mesmo período. A idéia de que os casamentos duram para sempre se tornou um anacronismo. O divórcio permite que os brasileiros tenham novas chances de buscar a felicidade conjugal, mas abre caminho para as famílias formadas por filhos de várias uniões. O uso dos testes de DNA como prova legal de paternidade criou novas dúvidas para advogados e juízes na interpretação das leis. Hoje, nove de cada dez processos julgados nas varas de família de todo o país estão associados à investigação de paternidade e à exigência de pensão alimentícia. Até há poucos anos, do ponto de vista da lei, não havia a preocupação em saber quem era a mãe ou o pai verdadeiro. A legitimidade do filho era invariavelmente determinada pelo casamento. Atualmente, uma questão crucial emerge com freqüência nas disputas que envolvem paternidade: quem deve ser considerado pai de fato, aquele que concebeu a criança junto com a mãe ou aquele que a criou? Essa controvérsia gerou duas novas definições de pai entre os juristas: pai biológico e pai afetivo. Embora não constem do texto de lei alguma, ambas as definições são hoje usadas por juízes e advogados.

                                 

Ganha a criança quem dá amor 
O técnico de informática Alexandre Denicol, de 30 anos, e a dona-de-casa Ana Paula Rabadan Denicol, de 36, ambos gaúchos, decidiram adotar o filho Fernando quando sua mãe biológica ainda estava grávida. "Ela não tinha condições de criá-lo, abriu mão da criança e já estava tudo certo para a adoção", diz Ana Paula. A mãe biológica mudou de idéia depois que Fernando nasceu, quando o casal já tinha a guarda provisória do bebê. A disputa na Justiça entre os pais afetivos e a mãe biológica durou um ano. Em novembro de 2004, o casal finalmente ganhou a guarda definitiva da criança, hoje com 3 anos. Ao contrário do que ocorria no passado, a Justiça brasileira hoje privilegia os laços afetivos em detrimento dos biológicos.

A guarda dos filhos, após a separação conjugal, é agora pautada por critérios diferentes daqueles do tempo em que o casamento era indissolúvel. O novo Código Civil, em vigor desde 2003, define que a guarda das crianças, que antes era prioridade da mulher, agora é de quem provar que tem melhores condições tanto financeiras quanto emocionais de criá-las. Com isso, os homens também podem pleitear a guarda. Foi uma evolução. Ocorre que, nos últimos anos, muitos pais divorciados passaram a optar pela guarda compartilhada, na qual a criança passa parte da semana com a mãe e outra parte com o pai. Dessa forma, ambos continuam a participar do dia-a-dia dos filhos e a dividir a responsabilidade sobre eles. O casal de paulistas Marcos Escorse e Kirlian Ferreira se separou em 2005 e optou pela guarda compartilhada do filho Gabriel, de 5 anos. "Dessa forma, Gabriel sente que ainda somos a família dele", diz Kirlian. Estima-se que 20% dos pais separados hoje adotem essa alternativa. A guarda compartilhada não existe como figura jurídica, mas os juízes a concedem baseados no fato de que ela parece favorecer todas as partes envolvidas.
Sem leis específicas para amparar suas decisões diante dos impasses da nova família brasileira, advogados e juízes iniciaram uma discussão em busca de parâmetros de julgamento. Há dez anos, foi fundado em Belo Horizonte o Instituto Brasileiro de Direito de Família (Ibdfam), que hoje conta com 3.000 associados, principalmente advogados e juízes. A entidade estipulou regras sobre como agir em cada um dos casos que passaram a chegar aos tribunais. Os membros do Ibdfam chegaram à conclusão, hoje consagrada entre a maioria dos juízes de família, de que não basta julgar um caso considerando apenas os aspectos materiais. É preciso levar em conta o lado emocional das pessoas envolvidas. "O afeto tornou-se fator crucial nos tribunais", diz a juíza paranaense Lenice Bodstein, que já ocupou a direção do Ibdfam do Paraná. Até o fim da década de 90, por exemplo, considerava-se indiscutível que o pai é aquele que concebe a criança junto com a mãe. Hoje, a Justiça tende a considerar pai, com seus direitos e obrigações, aquele que criou a criança, em detrimento do pai biológico. Para a escrivã da Polícia Civil mineira Graciane Maria da Silva, o fator afeto foi decisivo para a conquista de duas vitórias na Justiça. Ela processou os filhos biológicos da mulher que a criou desde os 2 anos de idade, que lhe recusaram uma parte da herança da mãe. Embora não fosse adotada legalmente, Graciane reuniu provas de que a relação entre as duas era de mãe e filha. Os juízes aceitaram seus argumentos. "Hoje se vai à vara de família reclamar direitos que antes eram inimagináveis", diz a advogada paranaense Ana Cecília Parodi. No início do ano, Ana Cecília lançou o livro Responsabilidade Civil nos Relacionamentos Afetivos Pós-Modernos, para auxiliar juízes e advogados sobre como proceder ao deparar com conflitos que envolvem as novas relações familiares.
A valorização da afetividade no julgamento de questões familiares favoreceu outra vertente da nova família brasileira: os casais formados por homossexuais. Muitos gays vivem juntos durante décadas sem nunca adquirir os mesmos direitos dos casais heterossexuais, como pagamento de pensão ou inclusão no plano de saúde. Um homossexual só conseguia obter os direitos sobre a herança e os bens do casal se o caso fosse analisado na Justiça como sociedade de fato, ou seja, se ficasse comprovado que os dois haviam comprado os bens em parceria, como sócios num negócio. Foi o que aconteceu num episódio que se tornou célebre em 1989, quando o fotógrafo Marco Rodrigues ganhou na Justiça o direito a parte dos bens de seu parceiro, o artista plástico carioca Jorge Guinle Filho, com quem viveu por dezessete anos. Quando Guinle morreu, em 1987, sua família a princípio se recusou a dividir o patrimônio do artista com seu companheiro. A situação dos casais gays começou a mudar nos últimos cinco anos. Mesmo sem leis nas quais se amparar, os tribunais passaram a enxergar de forma diferente as ações que envolvem parceiros homossexuais.
Em 2001, pela primeira vez, a Justiça concedeu o direito à herança a um homossexual por reconhecer que ele tinha uma relação de afeto com o parceiro falecido. Depois disso, outras dez pessoas que viviam situações semelhantes ganharam a causa pelo mesmo atalho legal. A vitória mais recente dos gays nos tribunais foi a permissão para adotar crianças. Eles já podiam pleitear a adoção na Justiça individualmente desde a década de 90, mas só no ano passado conseguiram, pela primeira vez, adotar e registrar filhos como um casal. Até agora, três casais gays obtiveram esse direito. "Nas últimas duas décadas, os homossexuais passaram a entrar na Justiça com mais freqüência para exigir seus direitos, entre eles a inclusão no plano de saúde e o pagamento de pensão", diz a advogada em direito de família Sylvia Mendonça do Amaral, autora do livro Manual Prático dos Direitos de Homossexuais e Transexuais. "Muitos segmentos da sociedade começaram a ceder à pressão, mesmo antes de os casos irem parar na Justiça", diz ela.
Os gays estrangeiros conseguem visto permanente para ficar no Brasil com seu companheiro brasileiro desde 2003, quando o Conselho Nacional de Imigração passou a conceder esse direito. Para obter o documento, eles precisam comprovar que já vivem em união estável, procedimento semelhante ao exigido para os casais heterossexuais. Antes disso, os gays só conseguiam esse direito por meio de ações na Justiça e raramente tinham êxito. Segundo Ana Lucia Saboia, gerente da divisão de indicadores sociais do IBGE, o próximo censo do instituto, a ser realizado em 2010, deve incluir nos questionários perguntas sobre parceiros do mesmo sexo, além de apurar o número de enteados nas residências pesquisadas. Com estatísticas na mão, será mais fácil para a Justiça julgar os conflitos que surgem na nova família brasileira.

Com reportagem de Daniel Salles



Aprendendo a conviver, a coexistência.

Como nos é possível analisar por meio das reportagens, para a FAMÍLIA, temos uma configuração de TEMPOS MODERNOS, nos quais verificamos a existência de PAIS E FILHOS, totalmente diferentes dos padrões considerados "normais", aos olhos de alguns segmentos da sociedade, o que nos reporta a sérias mudanças de atitude por meio dos cidadãos, uma vez que estes agora devem respeitar as NOVAS FAMÍLIAS, aceitando as mudanças e também as permanências, já que sabemos que ainda existem, e a meu ver sempre irão existir, e agora coexistir, as FAMÍLIAS nos moldes de outrora, e também muitas outras configurações a de serem inseridas, sejam elas de simples aceitação ou também existiram outras as quais haverão muitas críticas por parte dos setores mais conservadores da sociedade.
Cabe a nós Educadores, e por consequência formadores de opinião, colaborarmos para a formação de cidadãos capazes de conviver com estas várias formar de Amor, digo Amor, porque este é o verdadeiro sentido de FAMÍLIA, ou seja, a reunião de indivíduos que se relacionam por meio da doação e recebimento de Amor entre as partes.
Portanto, nós Pedagogos do "Qual é o "X" da questão", decidimos enfatizar este assunto  em nosso Blog, visto que o mesmo demanda uma análise crítica e um espírito de fraternidade, aceitação por parte de todos. Desta forma estaremos possibilitando a formação de cidadãos críticos, autônomos e livres do maniqueísmo, que até os dias de hoje, encontra-se entranhado em nossa sociedade.
Espero que esta postagem possa levar o seu leitor a refletir sobre a sua própria existência, enquanto membro de sua FAMÍLIA, e assim abrir sua mente, proporcionando a si mesmo uma nova ótica acerca das diferenças e do convívio harmônico entre os sere vivos, em especial os humanos.
Para que juntos possamos refletir com mais PAZ e tranquilidade, ouçam e vejam este clip que foi baseado na Obra Musical, em específico na Música: PAIS E FILHOS, da Banda Legião Urbana e do Lendário e inesquecível Renato Russo. 
Imagem de SANDRO ROCHA DE SOUZA
Um Abraço, seu Amigo SANDRO ROCHA DE SOUZA.




"TEMPOS MODERNOS"




A urgência em se fazer as coisas da forma mais rápida, o imediatismo que corrompe os laços fraternais, as loucuras de um novo Mundo que explode em nossos lares. Sim em nossos lares, novas perspectivas que afloram a cada seja no contato que nossas Famílias tem com a Internet, Televisão ou mesmo no contexto Escolar, a todos os dias nos perguntamos: Aonde este Mundo irá parar?Mas o mais estranho é que a vinte ou talvez trinta anos atrás nossos Avós e Pais perguntavam-se a mesma questão, e que podemos perceber em relação a este questionamento nos remete ao surgimento de novas possibilidades de organização familiar, sejam elas de acordo com os padrões anteriormente definidos ou por novos padrões que ainda encontram-se em formação.


"FAMÍLIA"




Este clip dos Titãs nos remete a importância de ser parte de uma FAMÍLIA, no entanto nestes novos arranjos sociais as configurações que antes eram estáticas hoje estão em constante mutação, acrescentando novas formações e exigindo de todos compreensão e aceitação com a finalidade que possamos receber estas novas famílias, entendo que muitas crianças encontram-se inseridas nestes novos arranjos e necessitam de aceitação de seus amigos para que cresçam de forma tranquila e sem as mazelas do  preconceito que tanto tem prejudicado, o desenvolvimento de nossa sociedade caquética. 



METAMORFOSE



"Tudo pode ser resumido em mudar a todo instante, sempre aprendendo mais e mais...assim deve caminhar o Homem junto a Humanidade" 

Imagem de SANDRO ROCHA DE SOUZAAutor: Sandro Rocha de Souza, Mister Java Hanks, vulgo Marujo.